Em mim nada é concreto
como o concreto sob os meus pés.
O objeto mostra-me a ilusão
de milhões de formas possíveis.
Ando ao seu redor e me vejo várias
(tão pouco e tão muito nesta cidade)
Sou um ponto neste plano
que não me inclui,
traçando coordenadas não me acharás.
Por vezes me agiganto visível
passo como um dirigível,
uma atração aos olhos que estranham.
Não pertenço a esta cidade
que me impressiona,
me encantam seus traços
sinuosos como eu nada concreta
O sol inunda a cidade
derrama sobre o vermelho da terra
que inspiro com o ar seco
que só aqui se sente
e que me arrepia a pele
num jogo de quente e frio
onde dia e noite se distanciam.
Abro-me sob o azul de seu céu
mas ainda sou aquela.
os pés gastos da caminhada
ainda estão na baía
ainda que eu busque o interior
que é só meu.
Precisaria mais tempo
para chegar inteira
ao mais alto interior
do meu país.
Mas levo a terra comigo
no pulmão
que agora é vermelho.
Um dia eu volto.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
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