Hoje foi o cúmulo do absurdo. Tudo bem, eu já aceitei que esse mundo tá maluco, mas pera lá. Tudo tem um limite.
Estava eu, realizando o meu ritual diário como uma boa cidadã da sociedade pós-moderna ocidental de engolir o almoço enquanto assisto às mais incríveis baboseiras que o nosso aparelho televisivo nos é capaz de proporcionar. Na TV, passava o Jornal Hoje - aquele da Globo com aquele apresentador jovem e descolado -, quando de repente, surge na tela o resultado de uma enquete realizada no sítio do jornal sobre a positividade ou não do "toque de recolher" para menores: fui surpreendida com nada mais nada menos que 81% dos internautas A FAVOR do TOQUE DE RECOLHER PARA MENORES (!!!) Oi? Isso mesmo 81%. Quase morro engasgada.
Quando tudo isso começou, eu imaginava que tudo não passaria de um devaneio totalitário maluco de uma juíza interiorana que nada sabe de educação de adolescentes e que toda a sociedade brasileira responderia com cinquenta e sete (no mínimo!) pedras à mão a tal desparate. Mas aconteceu o contrário, a juíza recebeu aplausos e, pior, seguidores! Cada dia que passa, mais cidades adotam o tal toque de recolher. E o que mais me deixa pasma é a normalidade como é tratada a questão.
O que estamos vivenciando são pais e adultos desesperados à beira da irracionalidade. Quer seja o pai que não consegue manter o filho dentro de casa, quer seja o cidadão transeunte que morre de medo desses meninos na rua, ou o juíz que tem de resolver os tumultos que eles causam. O fato de essas situações acontecerem com tanta frenquência e naturalidade a ponto de se pensar que a melhor saída é manter os adolescentes em prisão domiciliar, só comprova uma extrema incompetência da sociedade, do Estado, e dos pais na educação brasileira. Pode-se culpar meio mundo por isso, menos as próprias vítimas.
Parafraseando o nosso novo presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque (PMDB), eu fico impressionada como "a opinião pública é volúvel". Por vezes opta por defender os "tadinhos" dos adolescentes, outras os condena. Como pode a mesma sociedade que há meses atrás estava em peso no discurso a favor da maioridade penal cair para os 16 anos, estar agora a favor que estes mesmos "adultos" sejam tratados como crianças tão vulneráveis? Para nós, "pensadores sempre corretos" da classe média, tudo depende. De qual criança estamos falando? De onde vem? Onde mora?
Não quero entrar em questões mais profundas e complexas, o que me traz aqui é a simples indignação contra uma ação pontual: o veto do direito de ir e vir dos cidadãos que possuem menos de 18 anos. Sim, porque é isto o que o é: violação de um direito básico do ser humano de acordo com os parâmetros modernos.
O curioso é que enquanto nas favelas das grandes cidades brasileiras se impõe e se sofre com o toque de recolher extra-oficial acarretado da violência urbana e imposto pelo poder do tráfico, as cidades do interior que ainda podem respirar aliviadas à noite, propõem por livre e espontânea vontade o seu próprio toque de recolher, olha só! :) (que loucura! parece até que é inveja).
E mesmo que essa fosse a solução para menores infratores ou menores "expostos a situações de risco" - como bem defendem -, na confusão, esquece-se dos jovens espertinhos, sensatos e bem-alimentados, de pais conscientes que deram muito amor e carinho na infância e que confiam plenamente em seus filhos. EU por exemplo! xD. (Eu nem consigo imaginar como a minha vida seria se houvesse esse toque de recolher em Salvador (deusémais) durante as minhas descobertas da adolescência. oO.) ;P
Essa justiça é mesmo muito esperta não é mesmo? Não consegue educar, então prende! É mais fácil rápido e eficiente, pelo menos por enquanto... Eu só quero ver quando esses meninos puderem sair de casa... a merda que não vai ser. Afinal, um dia eles terão que sair! Isso é o que as pessoas do nosso tempo não estão compreendendo, com essa idéia absolutamente deturpada de proteção. Deixa eu só dizer uma verdade. dura. mas a vida é assim mesmo: SEUS FILHOS SAIRÃO À NOITE, SAIRÃO DO ALPHAVILLE, SERÃO ASSALTADOS, SOFRERÃO POR AMOR, FARÃO SEXO... ééé... acreditem...
Bom, como eu acho meio difícil fazer com o que pais esqueçam toda essa carga ideológica de uma hora pra outra, vamos lá: Jovens do meu Brasil, uni-vos! Lutemos pelo direito básico de ir vir e contra toda a tirania desesperada de uma geração enferma!
sexta-feira, 17 de julho de 2009
quarta-feira, 15 de julho de 2009
fotografias recortadas. (ou "shake me into the night and I'm an easy lover... I'm On Fire!")
Fumaça. Ela estava no quarto com eles. rindo. o ar inebriado de maconha. Eles eram os três rapazes. um amigo com certeza. os outros dois eram com certeza conhecidos. Os quatro recém-chegados de uma festa. animadíssima.
Um copo. Ela estava bebendo, o copo nunca estava vazio, por mais que o esvaziasse. Ele estava acariciando o seu braço.
Um nariz. Ele estava roçando o nariz enquanto a beijava a boca. Ela abriu os olhos, olhou o amigo e o outro encostados na cama à frente e pôde ver, não eram eles quem ela beijava.
Um pescoço. Ele estava em cima dela pressionando o seu corpo enquanto a beijava. Ela olhou em volta e não viu o amigo, afastou o corpo dele. Ninguém no quarto. Ela disse: "quero sair.".
Um hall de entrada. Ela estava na sala com o amigo. os outros dois estavam ao lado da porta. Ela disse: "já vão?"
Um homem. Ele estava tirando a sua saia. Eles estavam no sofá da sala. a sós. Era o amigo. Ela sorriu e tirou a blusa.
Um pé de estante. Ela estava deitada, os seios nus. Eles estavam no chão da sala. Ele disse: "você tá linda".
Uma janela. Ele estava ajoelhado de costas para a janela, sorrindo e abrindo uma embalagem. Ela sorriu e deu uma piscadela.
Um peitoral. Ele estava penetrando-a com força. Ela estava ardendo. literalmente.
Uma silhueta. Ele estava subindo e descendo dentro dela. Ela estava pensando no falo que a irrompia. não era largo, mas ia fundo - apesar da estreiteza do seu sexo.
Um ombro. Ele estava suado. Ela olhou a árvore na janela, que aparecia e sumia com o movimento do ombro dele.
Uma nuca. Ele caiu sobre ela e perguntou: "foi a primeira vez?". ao que Ela respondeu: "mais ou menos". não era: há meses atrás, ela estava menos bêbada, mas o cara era mais insistente.
Um olho. Ele estava olhando para ela. Eles estavam de lado, um de frente para o outro. as pernas entrecruzadas. Ela sorriu.
Luz. Ela estava na cama dele, o sol estava a pino e o relógio badalava enlouquecido. Ela o beijou na testa e foi embora.
Saiu à rua na confusão do meio dia.
Um copo. Ela estava bebendo, o copo nunca estava vazio, por mais que o esvaziasse. Ele estava acariciando o seu braço.
Um nariz. Ele estava roçando o nariz enquanto a beijava a boca. Ela abriu os olhos, olhou o amigo e o outro encostados na cama à frente e pôde ver, não eram eles quem ela beijava.
Um pescoço. Ele estava em cima dela pressionando o seu corpo enquanto a beijava. Ela olhou em volta e não viu o amigo, afastou o corpo dele. Ninguém no quarto. Ela disse: "quero sair.".
Um hall de entrada. Ela estava na sala com o amigo. os outros dois estavam ao lado da porta. Ela disse: "já vão?"
Um homem. Ele estava tirando a sua saia. Eles estavam no sofá da sala. a sós. Era o amigo. Ela sorriu e tirou a blusa.
Um pé de estante. Ela estava deitada, os seios nus. Eles estavam no chão da sala. Ele disse: "você tá linda".
Uma janela. Ele estava ajoelhado de costas para a janela, sorrindo e abrindo uma embalagem. Ela sorriu e deu uma piscadela.
Um peitoral. Ele estava penetrando-a com força. Ela estava ardendo. literalmente.
Uma silhueta. Ele estava subindo e descendo dentro dela. Ela estava pensando no falo que a irrompia. não era largo, mas ia fundo - apesar da estreiteza do seu sexo.
Um ombro. Ele estava suado. Ela olhou a árvore na janela, que aparecia e sumia com o movimento do ombro dele.
Uma nuca. Ele caiu sobre ela e perguntou: "foi a primeira vez?". ao que Ela respondeu: "mais ou menos". não era: há meses atrás, ela estava menos bêbada, mas o cara era mais insistente.
Um olho. Ele estava olhando para ela. Eles estavam de lado, um de frente para o outro. as pernas entrecruzadas. Ela sorriu.
Luz. Ela estava na cama dele, o sol estava a pino e o relógio badalava enlouquecido. Ela o beijou na testa e foi embora.
Saiu à rua na confusão do meio dia.
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